Quem sabe?

Não sei o que espero de ti, se algum dia esperei alguma coisa ou se espero tudo.
Não sei, mas pela primeira vez na vida estou calma à espera que algo surja, um sinal, uma frase, um toque, um feeling, espero sem esperar, com calma, sossego e sem angústias.
Sempre me atirei de cabeça, corri contra o vento, lutei contra impossíveis, tentei mudar o imutável com uma dedicação e fé incansáveis, sempre acreditei que crer era poder e muitas vezes o foi, e assim saboreei a vitória de sorriso nos lábios e coração preenchido. Mas….., lá estão os mas na minha vida, outras vezes também fui derrotada nos meus sonhos e ideais, nas minhas vontades e desejos, nos meus quereres e os meus sentimentos foram defraudados.
Fui vivendo, crescendo e como todos apreendendo com as lições da vida e prometendo a mim própria que não me magoaria mais, que nunca tiraria o sorriso dos lábios nem que o meu mundo estivesse a desabar.
Nunca pensei que o conseguiria de um modo tão fácil, quem me conhece sabe que sou de extremos, de vivências a 100 %, de saltos sem para quedas, de tudo ou nada, de amores desmedidos, de dádivas totais, de viagens ao fim do mundo. Mas parece que assim foi, pouco a pouco fui criando uma carapaça no coração e vou vivendo com a certeza que nada a vai ultrapassar, nada o vai magoar, vou estando sem esperar nada em troca, vivendo os dias sem a ansiedade do futuro que aí virá, caminhando em vez de correr, sorrindo sem gargalhar, olhando sem brilho, sonhando mas com os pés bem assentes na terra, vou vivendo e me apresentando com a mascara que pouco a pouco fui criando e que agora julgo não a saber retirar, nem sabia que a tinha até hoje me abanares, me chamares à realidade. Sentia-me calma, serena, na minha avaliação sentia-me feliz, mas tu minha desvirtuada chamaste-me à razão, abanaste-me, conheces-me bem e fostes percebendo e interiorizando que não estava feliz, andava aparentemente feliz, de sorriso nos lábios, mas que não eram mais que uma capa, um joguete para todos aqueles que afinal não me conhecem tão bem assim.
Sempre que fui plenamente feliz sofri, parece um antagonismo mas é a pura realidade, por isso hoje optei por ter felicidade sem sofrer, sei que me transformei, que estou diferente, menos espontânea, menos “louca”, menos feliz, mas também muito menos magoada.
Nem preciso de fechar o coração: ele está trancado há bastante tempo, o suficiente para me ter esquecido do código de acesso, mas não há demasiado para que o tenha perdido dentro do meu peito.Desde que mudei e parti do princípio que, afinal, os homens nem sequer eram importantes na minha vida, senti-me mais leve. Menos feliz, é certo, mas, pelo menos, mais serena. Ou talvez conformada. Sei apenas que me cansei de sonhar e que me sinto melhor assim
Por isso continuo sem saber o que espero de ti, ou mesmo se espero, continuo à espera sem esperar….quem sabe se não vais ser tu a trazer-me de volta ao meu verdadeiro ser?
Quem sabe????