Hoje questionastes-me, quiseste saber se tenho vindo aqui, se tenho escrito, disse-te que não, por motivo nenhum e por tantos não tenho tornado os meus sentimentos em palavras. Por vezes é difícil escrever sem colocar nomes, sem gritar em plenos pulmões que não estamos bem e esse motivo tem causa, tem efeito e responsável.
A tua vida está a mudar, opções feitas, sentes o chão a fugir, sentes pouco a pouco as mudanças e eu com as tuas vou recordando as minhas, vou relembrando o último ano e uma panaceia de emoções e sentimentos.
Por vezes tenho vontade de fugir de esquecer, de querer uma vida diferente num sítio diferente, mas pouco a pouco assento ideias, materializo emoções e a realidade apodera-se de mim e consciencializo-me que de nada adianta fugir, talvez tentar esquecer e dar a volta por cima.
Tem sido assim no último ano, ano estranho por assim dizer, de uma certeza absoluta fiquei com duas dúvidas nos braços, que se desfizeram após uma dor lancinante do desconhecido, do engano, mas acima de tudo da certeza que não queria aquilo para a minha vida.
E entre dúvidas e certezas fui calcorreando os paralelos da vida, umas de tacões, e acredita que dei alguns tombos, confiei em quem não devia, acreditei em impossíveis, iludi-me com primeiros sorrisos e que no fundo não eram nada mais que sorrisos ocos, pretensiosos e ludibriantes, esperei por quem nunca viria, acreditei em frases soltas e tornei-as em belos textos, li nas entrelinhas quando elas só existiam para mim e acima de tudo confiei em quem não devia, confundi bem-querer com ocasião, entendi oportunismo com amizade. Outras de sapatos rasos, de passos certeiros, cabeça erguida e certeza que nada me pode destruir a não ser eu própria, percebi que quem não liga é porque também não quer receber as nossas mensagens, que prendas empenhadas só alguns merecem, e que dia menos dia a caixa dourada de laço brilhante vai deixar de fazer sentido no canto do quarto, que a amizade só interessa quando despretensiosa e mesmo ausente ela lá está quando é preciso, que os sorrisos alegram os dias, que por vezes é preciso tempo para estarmos sozinhos, para dormir no sofá, acordar tarde e não fazer nada, que precisamos de nos ouvir para depois ouvir os outros.
Percebi acima de tudo que não adianta o que faças, no que te empenhes, no que acreditas, porque acima de tudo tens de acreditar em ti e só assim conseguirás ser feliz.
Hoje acredito, hoje sou feliz, já não desespero por uma sms, já não espero por quem apenas deu dois passos quando prometeu um passeio, já desisti de fazer aquilo que nunca foi feito, já desisti de comparar vidas a refrães de letras, já desisti de tanto, mas acima de tudo recuperei o sorriso e o brilho nos olhos….e acredita mais dia, menos dia vais sentir o mesmo, e enquanto isso ……eu estou aqui.
Ainda alguém lê isto?
Há 8 anos
3 comentários:
E sabes qual será o auge de tudo isto? Quando andares (andarmos!) de saltos altos com a mesma segurança com que trilhamos os caminhos de saltos rasos.
Eu já corro. E tu também, aposto que sim. :)
(e quando e se precisares, eu também ando por aí e por aqui!)
beijos, é bom ver-te de volta.
Nada mais verdadeiro!
Ana...Já corro com saltos agulha, umas vezes uns tropeções mas sempre cabeça erguida e sorriso nos lábios.
Beijo
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