A dúvida instala-se de uma forma desconcertante, sem motivo para a mesma e, pouco a pouco, como um puzzle em que cada peça traz uma nova visão do todo, vou construindo a minha verdade, mesmo aquela que muitas vezes não quero ver.
Não foi a primeira e provavelmente não será a ultima vez, surge do nada, ou de algo que vou camuflando e impedindo que venha à tona, para de alguma forma prolongar o meu sorriso.
E peça a peça o puzzle vai-se construindo, por vezes com peças tão pequenas que a outros olhos passariam despercebidos, mas a mim não. Basta um pormenor para a todo o processo se iniciar e continuamente sem procurar, sem querer, vou descobrindo, constatando, verificando, vou amealhando as certezas que sonhava serem ilusões para poder continuar a acreditar nas pessoas e nos sentimentos.
Poder acreditar que mesmo com muitas perdas, com opções dolorosas, com laços quebrados, com segredos partilhados, com desilusões marcadas e sonhos desfeitos a amizade sai ilesa de todo um processo de sentimentos e dúvidas ambivalentes.
Mas se umas vezes apenas bastou um tempo, umas palavras, algumas conversas e a dor inicial se transformou numa confiança (re)conquistada, num sorriso de carinho, numas palavras de apoio e numa proximidade, mesmo estando longe….hoje não.
Lamento, que assim seja, lamento que nem uma restea de respeito, um mínimo de confiança e acima de tudo uma lealdade merecida tenham sobrevivido.
Mas peça a peça o puzzle criou-se e com uma nitidez demasiado desconcertante, consegui recuar no tempo e perceber que tudo não passou de um estranho jogo de ilusões e utopias, manipulações e perdas, onde as certezas de hoje são as realidades de muitos dias de um passado recente.
Mas apesar de tudo lamento sem lamentar porque mantenho a certeza avassaladora que segui o caminho certo e que a minha felicidade neste momento é real e não fruto de uma ilusão criada de situações e momentos desprovidos de sentimentos verdadeiros.
Ainda alguém lê isto?
Há 8 anos
3 comentários:
Hesitei.
Mas, independentemente da (assim chamada) "inimizade recíproca", devo dizê-lo: lamento, sinto, reconheço, compreendo.
É tramado.
Mas a culpa não é tua, como não foi minha, como nunca será de ninguém se não de quem manipula, aproveita,(ab)usa, engana. Só desse(s).
Por hoje, "inimizade" (assim chamada) em suspenso. Fica bem. Vais ficar. Como diria um amigo meu (dos à séria), as desilusões são boas se pensarmos que antes andávamos iludidas.
E desculpa esta intromissão, que apenas adivinha, na esperança de estar enganada.
Ana bem vinda....
Não se trata de forma alguma de uma "inimizade", pelo menos da minha parte, talvez a existência de algumas arestas que nunca foram limadas.
Obrigado pelas palavras, pelo discurso.
Estou bem, porque completando a ideia do teu amigo, a minha vida agora pauta-se de realidades e não de ilusões erradas.
Podes voltar quando quiseres.
:) Obrigada. Voltarei.
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